quando é que percebes

«Gosto de ti de uma maneira que não consigo, nem quero explicar»,

de Margarida Rebelo Pinto

Não sei se é um imutável erro meu. Só sei que de não tentar, nem tu, nem ninguém me pode aludir o indicador.

Mas isto das tentativas é como a meteorologia. Se dá tempo chuvoso, está céu limpo. Se dá tempo nublado, está chuvoso. 

Eu a tentar também sou assim. Quanto mais tento, mais te perdes, mais te perco. 

Não numa noção de tempo ou de espaço, de sentimento ou de necessidade, mas de distância. 

Hoje em lugar de te sentir presente quando estás longe, sinto-te longe quando estás presente.

Não em mim, não em ti, mas naquilo em que erradamente acreditas.

Dás-me o melhor que tens, sei disso e eu faço o mesmo. Perdoa-me se o meu melhor não é tão bom quanto teu.Mas não me exijas cumprir-te, a fome de descoberta, que nem a meus próprios olhos, posso anunciar.  

Antes de poderes ver o interior do meu coração, tens que em primeiro conseguir ter diante dos teus olhos o mesmo. Tudo, na condição de eu sobreviver a isso.